Ao participar do ato de entrega das sugestões para a realização do
plebiscito sobre a reforma política, o líder do PMDB, senador Eunício
Oliveira (CE) defendeu a consulta popular. “É preciso ouvir a opinião da
sociedade a respeito desse tema tão importante e aprovarmos as
propostas que vierem das ruas”, afirmou.
Sobre os temas sugeridos pela presidente Dilma Rousseff, Eunício
disse serem fundamentais para a formulação de um sistema mais justo. Ele
citou como exemplos, a instituição do voto majoritário para o
legislativo (vereadores, deputados estadual e federal) e mudanças na
escolha para a suplência de senador, esse segundo como lembrou, trata
justamente de matéria já apresentada por ele através de um projeto (PLS
41/11) em tramitação no senado. “Compreendo que não é justo um candidato
receber milhões de votos, representando a expressiva vontade popular e
como consequência desse sistema, trazer para as Câmaras também
candidatos que não receberam nem ao menos 100 votos e que não
representam a escolha da população”, criticou o líder se referindo ao
quociente eleitoral usado nas eleições proporcionais, quando certo
candidato atrai muitos votos para a legenda ou coligação, e com ele,
elege outros candidatos que não teriam votos suficientes para assumir o
cargo.
Sobre a suplência de senador, Eunício defende que o mais votado e não
eleito assuma a vaga em decorrência do afastamento do titular. “Não é
justo que seja suplente de senador alguém que não conquistou nenhum voto
nas urnas”, completou.
Eunício ainda disse ser contra a reeleição, e favorável a unificação
das datas das eleições e mandatos e fim das coligações para eleições
proporcionais.
As sugestões do governo para a realização do plebiscito foram
entregues pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e pelo
vice-presidente da República, Michel Temer ao presidente do Congresso,
senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na manhã desta terça-feira (2). De
acordo com Cardozo, o detalhamento das propostas para a consulta popular
será definido pelo Congresso Nacional. Os pontos apresentados foram: a
forma de financiamento das campanhas, do sistema eleitoral, a
possibilidade do fim da suplência de senador, a manutenção das
coligações partidárias e o fim do voto secreto nas votações do
Congresso.