O ex-governador Cid Gomes, que assumiu o Ministério da Educação, é o primeiro alvo da artilharia da imprensa conservadora.
Nesta sexta-feira, ele foi alvo das colunas de Dora Kramer, no Estado de S. Paulo, e Merval Pereira, no Globo. Ambos parecem dispostos a desconstruir o slogan 'pátria educadora', com o qual a presidente Dilma Rousseff pretende marcar o seu segundo mandato.
"A desconexão entre as palavras e os fatos é uma constante nos pronunciamentos da presidente Dilma Rousseff. Raramente surpreende nesse quesito, mas, ontem, no discurso de posse no Congresso Nacional, ela superou-se em vários momentos", disse Dora Kramer. "Em especial quando anunciou em tom solene o lema do segundo mandato: "Brasil, pátria educadora", significando que o governo dará à educação total prioridade nos próximos quatro anos. Fosse real, essa primazia deveria necessariamente corresponder à escolha de alguém de reconhecido saber na área para comandar o ministério da Educação. A realidade, no entanto, faz daquele emblema um mero slogan: o ministro é o ex-governador do Ceará, Cid Gomes, nomeado para contemplar o PROS (11 votos na Câmara) e recompensá-lo pela saída do PSB quando o partido deixou a base do governo."
Merval Pereira seguiu a mesma linha.“'Brasil, Pátria Educadora' seria um bom mote para um governo renovador, se não fosse apenas um achado propagandístico, e refletisse um verdadeiro objetivo prioritário, desmentido logo de cara com a escolha do ex-governador Cid Gomes para o ministério da Educação, sem o menor contato com a área e sem projeto educacional digno de nome", disse ele. "O improviso da escolha do ministro, que chegou a recusar o cargo, indicando o quanto lhe importa a 'pátria educadora', mostra bem que o projeto que a presidente Dilma anunciou ontem é oco de conteúdo, e entra na lista de mais um dos muitos passes de mágica com que a presidente se acostumou a ganhar eleições e a governar da boca para fora."