Uma foto na praia com os pais, um registo da primeira festa de
aniversário com primos e irmãos a celebrar, um vídeo de uma tarde de
divertimento no parque infantil. Imagens inocentes como estas são
partilhadas por vários milhares de pais nas redes sociais ou em blogues.
Recebem “gosto” e algumas vezes acabam por ser partilhadas por
familiares e amigos. São vistas por várias pessoas e facilmente passam
pelos olhos de pedófilos. Um relatório de uma instituição australiana
concluiu que dezenas de milhões de fotografias publicadas em páginas
como o Facebook ou Instagram foram encontradas em sites de partilhas de
cariz pedófilo.
A inocência da fotografia da criança mantém-se, mas os comentários
que a acompanham quando são publicadas nestes sites são fortemente
sexuais e perturbadores. Toby Dagg, investigador do Childrens eSafety
Commissioner, instituição australiana que se dedica à observação da
segurança dos menores online, atira um número imponente para mostrar a
gravidade desta realidade.
Segundo levantamento do UOL, num dos sites de partilha de material
pedófilo detectado pelas autoridades foram encontradas 45 milhões de
imagens e “cerca de metade desse material parecia ter como fonte directa
uma rede social”. Algumas das fotografias encontradas estavam
armazenadas em pastas com títulos como os amigos do Instagram da minha
filha, miúdos na praia ou ginastas, por exemplo.