A reforma ministerial deu fôlego à presidente Dilma Rousseff, mas ela
virou refém do PMDB e seus auxiliares temem que o partido cobre faturas
cada vez mais altas para emprestar apoio ao Palácio do Planalto, se a
crise não arrefecer. O PT nunca esteve tão enfraquecido na correlação de
forças com os partidos da coalizão governista desde que chegou ao
Planalto, mostra levantamento feito pelo jornal Estado de São Paulo.
No novo arranjo da Esplanada, o PMDB tem previsão de administrar ao
menos R$ 99 bilhões do Orçamento para 2016, ante R$ 75, 5 bilhões
programados para as pastas petistas. O levantamento também deixa claro
que, ao longo dos mandatos, a era petista vem sendo corroída pelo
arranjo de forças para dar sustentação ao projeto do partido, alvo de
denúncias de corrupção e sob constante ataque dos adversários. Se em
2003, início da primeira gestão Lula, o partido tinha 19 dos 35
ministérios (54% do total de pastas), agora os petistas estarão à frente
apenas de 9 das 31 pastas (29% do total).