A rápida e simbólica reação do governo federal ao motim da Polícia Militar da Bahia e a preocupação de auxiliares da presidente Dilma Rousseff com o risco de o movimento se espalhar para outros Estados são resultados da recente mudança de estratégia dos líderes do grupo que reivindica aumentos salariais para a categoria. Em vez de pressionar diretamente o Congresso pela aprovação da proposta de emenda constitucional que garante reajustes salariais a policiais militares e bombeiros, o grupo decidiu privilegiar ações nos Estados.
Representantes da categoria passaram os últimos anos desembarcando em Brasília para protestar no Congresso. Eles lotavam os corredores, abordavam os parlamentares nos corredores e ocupavam as galerias da Câmara para demandar a aprovação da chamada PEC 300. O máximo que conseguiram foi aprovar a proposta em primeiro turno em meados de 2010, mas a tramitação da emenda permanece paralisada desde então. O governo já deu sinais de que se esforçará para manter o projeto na gaveta a fim de evitar um desequilíbrio nas contas públicas.