Parece
óbvio ser o PT o grande derrotado nas tertúlias do mensalão, mas quais os
vitoriosos? Em termos éticos e patrióticos, o Supremo Tribunal Federal, mas no
plano político-partidário? Erra quem supuser o PSDB e seus penduricalhos. A
performance de José Serra como candidato a prefeito de São Paulo dá o tom das
dificuldades tucanas. A presença de pequenos partidos em ascensão poderá
constituir-se numa surpresa, jamais uma certeza. Faltam-lhes líderes de
expressão nacional, mesmo o governador Eduardo Campos, do PSB, sem maior
penetração da Bahia para baixo. O que dizer do PSOL, do PDT, do PTB, do PP e do
PR, muitos até envolvidos na lambança petista.O mais provável é que os chamados
grandes partidos não lucrem com o julgamento na mais alta corte de justiça, e
que os pequenos careçam de espaço e tempo para ocupar seus lugares.
Um
nivelamento por baixo, no quadro partidário, servirá para as entidades da
sociedade civil recuperarem o tempo perdido na última década? Erra quem estiver
pensando em CUT, Força Sindical e congêneres. Foram derrotados pelo PT, que
agora se queda pálido e exangue. OAB, ABI e CNBB dão mostras de haver
interrompido ascendentes trajetórias anteriores. Dos militares nem haverá que
falar, consciente e felizmente afastados do centro do palco. O empresariado
cuida mais de salvar-se dos efeitos da crise econômica e as ONGs
locupletaram-se tanto, com as exceções de sempre, que perderam condições de
influência.
Vitorioso, mesmo, só o cidadão
comum, feliz com a derrocada da impunidade. Como diria Leonel Brizola, se
estivesse entre nós: “ganhou o povo brasileiro”. (Por
Carlos Chagas)