segunda-feira, 11 de agosto de 2014

GOVERNADOR: CONCORRENDO COM A AJUDA DO SOBRENOME

A corrida eleitoral ao Palácio do Planalto deste ano evidencia um traço da política brasileira: os clãs eleitorais. Os dois principais adversários da candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), descendem – e ostentam isto – de duas personalidades históricas da vida pública nacional.
De um lado, a petista enfrenta o senador do PSDB, Aécio Neves, neto do presidente da República Tancredo Neves, que morreu antes de tomar posse. Do outro lado, disputa a eleição com Eduardo Campos (PSB), neto de Miguel Arraes – ex-governador de Pernambuco por três vezes. Há ainda a presidenciável do PSOL, Luciana Genro, ferrenha opositora do partido do pai e governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT).
Nas eleições estaduais, a presença dos clãs também é evidente. Segundo levantamento do EL PAÍS, 24 candidatos a governador integram grupos que já ganharam tradição em suas respectivas regiões. As oligarquias familiares não têm barreiras partidárias.
O PT, que ganhou força no passado com o discurso de pôr fim às estruturas arcaicas da política brasileira, também conta com os seus clãs. Um exemplo é a administração da sigla no governo do Acre. Há quatro mandatos à frente do Estado, a legenda já elegeu dois irmãos. O primeiro é o hoje senador, Jorge Viana, governou de 1999 a 2006. O segundo, o atual mandatário do Estado, eleito em 2010, e atual candidato à reeleição, Tião Viana. (Do El País - Pedro Marcondes de Moura)