(Foto de Arquivo)
Na entrevista concedida ao jornalista Gustavo Uribe, do jornal Folha de S. Paulo, Ciro Gomes explica porque não declarou voto a Haddad: "Não declarei voto ao Haddad porque não quero mais fazer campanha com o PT".
Ele ainda comenta a frase dita tempos atrás sobre sair da vida pública caso Bolsonaro vencesse: "Eu disse isso comovidamente porque um país que elege o Bolsonaro eu não compreendo tanto mais, o que me recomenda não querer ser seu intérprete. Entretanto, do exato momento que disse isso até hoje, ouvi um milhão de apelos de gente muito querida. E, depois de tudo o que acabou acontecendo, a minha responsabilidade é muito grande. Não sei se serei mais candidato, mas não posso me afastar agora da luta. O país ficou órfão".
Sobre sua viagem à Europa em pleno segundo turno das eleições, Ciro alegou "impotência": "Descaso não, rapaz, é de impotência. De absoluta impotência. Se tem um brasileiro que lutou, fui eu. Passei três anos lutando".
Ao responder se votou em Fernando Haddad, Ciro mais uma vez se nega a responder diretamente e manifesta profunda irritação, fazendo uma crítica raivosa ao teólogo Leonardo Boff: "Vou continuar calado, mas você acha que votei em quem com a minha história? Eles podem inventar o que quiserem. Pega um bosta como esse Leonardo Boff [que criticou Ciro por não declarar voto a Haddad]. Estou com texto dele aqui. Aí porque não atendo o apelo dele, vai pelo lado inverso. Qual a opinião do Boff sobre o mensalão e petrolão? Ou ele achava que o Lula também não sabia da roubalheira da Petrobras? O Lula sabia porque eu disse a ele que, na Transpetro, Sérgio Machado estava roubando para Renan Calheiros. O Lula se corrompeu por isso, porque hoje está cercado de bajulador, com todo tipo de condescendências".
Depois, Ciro nomeia quem ele considera os 'bajuladores' e acusa o PT de fraude: "É tudo. Gleisi Hoffmann, Leonardo Boff, Frei Betto. Só a turma dele. Cadê os críticos? Quem disse a ele que não pode fazer o que ele fez? Que não pode fraudar a opinião pública do país, mentindo que era candidato?"
Sobre ser convidado a ser vice de Lula, ele diz: "Porque isso é uma fraude. Para essa fraude, fui convidado a praticá-la. Esses fanáticos do PT não sabem, mas o Lula, em momento de vacilação, me chamou para cumprir esse papelão que o Haddad cumpriu. E não aceitei. Me considerei insultado".