Você sabe quem é Lula e, no mínimo, o que ele se oferece para fazer caso se eleja no ano que vem. Se não sabe, deduz que ele tentará repetir alguns acertos do seu governo. Quem o viveu acha que foram tempos melhores. Quem não viveu, ouviu falar.
Você sabe quem é Bolsonaro, o pouco que ele fez (cite uma coisa boa) e o muito que estragou. Se não sabe, em que país você vive? Mas se quiser votar nele mesmo assim, ou se preferir não votar, você tem lá suas razões que devem ser respeitadas.
Você sabe o nome dos candidatos que ambicionam se lançar como opções a Lula e a Bolsonaro? Sabe o mínimo do que eles pensam, e por que querem disputar o voto nem, nem? E, se eleitos, o que fariam por seu bolso e a vida dos seus filhos?
É por isso que a terceira via está destinada ao fracasso. O mundo gira e a Lusitana roda sem que se saiba a razão para que dois terços dos eleitores admitam sair do cercadinho onde só parece haver espaço para Lula e Bolsonaro. Em cima da hora, não sairão.
A construção de uma candidatura exige tempo, a não ser que um fato extraordinário a alavanque. Em 1994, o Plano Real, que domou uma inflação de 80% ao mês, elegeu Fernando Henrique Cardoso que enfrentava dificuldades para se eleger deputado.
Lula aprendeu com três derrotas o caminho para alcançar o que pretendia, e mesmo assim só se elegeu porque o Real começou a fazer água. Se ele não fosse preso em 2018, Bolsonaro seria eleito? Se não fosse a facada, qual teria sido a sorte de Bolsonaro?
Fala-se em muitos nomes, mas na vida real a terceira via no momento resume-se a três. Por ordem de intenções de voto nas pesquisas eleitorais divulgadas até hoje: Sérgio Moro (PODEMOS), Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB).
Doria não se reelegeria governador de São Paulo. Perder para presidente não lhe fará tanto mal. Ciro não cresce porque Lula não deixa pela esquerda, nem Bolsonaro pela direita. Moro ainda é uma incógnita, com voz de pato e uma ideia fixa: corrupção.
Rodrigo Pacheco, embora bonito e alto, é uma invenção de Gilberto Kassab para manter unido o seu PSD. Pacheco, candidato a presidente, sequer convenceu Pacheco, presidente do Senado e muito satisfeito com isso. Quem não estaria? O Senado é o céu.
A candidatura a presidente de Simone Tebet é para dar tempo para que o MDB se reparta entre Lula e Bolsonaro. E fim de papo. Espero que tenham tido um feliz Natal. E que apesar de Bolsonaro, o Ano Novo traga vacinas para nossos filhos e netos.
(Blog do Noblat)