Após a escolha do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio como candidato a governador do Ceará pelo PDT, o PT deve romper a aliança que mantém há 16 anos no estado com a família Gomes e lançar um nome próprio na disputa.
Os petistas queriam que o PDT optasse pela atual governadora Izolda Cela. Cláudio era o preferido do presidenciável Ciro Gomes (PDT). O ex-prefeito já havia atacado o PT no passado em linha semelhante com a postura adotada por Ciro nos últimos anos. Havia expectativa ainda que Izolda abrisse espaço em seu palanque não só para Ciro como também para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já Cláudio deve fazer campanha apenas para o seu colega de partido.
Fomos pego de surpresa pela recusa do PDT ao nome da governadora,que unificava todas as forças políticas. Vamos sentar e construir um caminho próprio a partir de amanhã. Passaremos a semana dialogando para escolher um nome — afirmou o deputado federal José Guimarães, que tem o controle do diretório do PT do Ceará.
O ex-governador Camilo Santana (PT), pré-candidato ao Senado, também defendia o nome de Izolda e a sua restrição a Roberto Cláudio acabou impactando na relação com Ciro, seu aliado de longa data. No Twitter, Camilo lamentou a escolha. "Lamento muito que a primeira mulher governadora do Ceará não poderá concorrer à reeleição, após decisão do PDT. Siga firme, Izolda! O Ceará tem muito orgulho de sua força e determinação", escreveu.
Uma ala do PT do Ceará, liderada pela deputada e ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins, já vinha defendendo candidatura própria, mas as conversas para manutenção da aliança com o PDT estavam sendo mantidas por causa da posição de Guimarães.
O próprio deputado é cotado como principal nome para assumir a candidatura petista agora. O encontro estadual do partido, que vai deliberar sobre o candidato no estado, ocorrerá no próximo sábado.
Os petistas mantinha uma aliança com os irmãos Gomes no Ceará desde 2006, quando Cid Gomes foi eleito governador do estado. Ciro e Cid indicaram o petista Camilo Santana para a sucessão. Em 2018, ele foi reeleito. Por exigência da lei eleitoral, Camilo deixou o cargo em abril para poder concorrer ao Senado. Izolda, que era vice, assumiu o posto.
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