Não é de hoje que, a depender do nível de esgarçamento nas relações entre Jair Bolsonaro e o Judiciário, aliados do ex-presidente batem à porta do ministro Alexandre de Moraes com promessas de moderação. Declarado inelegível e com investigações que, comandadas pelo juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), podem levá-lo para a cadeia, o ex-mandatário tem tido cada vez mais dificuldade de encontrar interlocutores que ainda se mantêm dispostos a encaminhar promessas de contenção ao ministro do STF. O motivo, resumiram alguns deles a VEJA, é que o próprio ex-presidente rompe o prometido imediatamente depois do combinado, desgastando o emissário junto a Alexandre.
Alçado à condição de inimigo número um do bolsonarismo, Alexandre de Moraes tem sua própria lista de aliados do ex-presidente – os ex-ministros Paulo Guedes (Economia) e Bruno Bianco (Advocacia-geral da União), por exemplo – que procuraram integrantes do tribunal com propostas variadas que depois caíram em descrédito. “Uma coisa é conversar e chegar a uma conclusão. Outra é inventar [que Bolsonaro iria se moderar] na cara dura. Por que no final do mandato o presidente queria ficar amigo de todo mundo?”, afirmou certa vez o ministro do STF após uma rodada de incursões de aliados do ex-mandatário ao tribunal.