Na prática, a alteração reforça a identidade institucional da cidade, gerado forte polêmica nos bastidores políticos e entre setores da sociedade civil. A emenda é vista como uma tentativa de dar respaldo legal à estética visual adotada pela atual gestão “Novo Tempo”, que vem aplicando a cor azul — marca da campanha do prefeito Oscar Rodrigues — em prédios públicos, uniformes e materiais oficiais.
A crítica é direta: a medida representa um retrocesso institucional e um gesto de provincianismo político, que confunde a imagem da cidade com a identidade de um grupo partidário. Sobral sempre teve, em seu brasão, as cores vermelho, amarelo e branco, símbolos históricos que fazem parte da tradição e da memória coletiva do município. A atitude de alterar ou “reinterpretar” essa simbologia para atender a preferências pessoais do gestor soa como uma intervenção autoritária sobre a identidade pública sobralense.
Em vez de fortalecer a impessoalidade na comunicação institucional — princípio previsto na própria Constituição —, a medida escancara o uso do aparato público como extensão da imagem política de um governo. Em uma cidade com a relevância histórica e cultural de Sobral, atitudes desse tipo destoam do espírito republicano e revelam um modo pequeno e personalista de fazer política.
Sobral merecia mais. Merecia ser tratada com a grandeza de sua história — não com o colorido de uma campanha.
(Blog Sobral em Revista)