segunda-feira, 29 de novembro de 2010

CLÉVER ROCHA. A FORÇA DA PALAVRA

“Quando um homem morre, é como se uma biblioteca inteira se incendiasse”. Sem o brilhantismo intelectual do já saudoso Cléver Rocha, recorro a esse pensamento do autor africano Amadou Hampate Ba para manifestar minhas impressões sobre o santanense mais sobralense de todos.
Mais que culto, Cléver Rocha, tinha o dom da palavra. Com sua habilidade retórica fazia-nos imaginar que era fácil transmitir conhecimento, cultura, altruísmo e cordialidade. O talento de Cléver era ímpar. Da sua boca as palavras fluíam tais quais as valsas que tanto gostava, porém, sem perder a concretude das verdades que acreditava.
Orador oficial nas solenidades mais garbosas da outrora culta Sobral, Cléver evocava com fervor o espírito cidadão e sensibilizava até mesmo os menos patriotas. Era uma atração à parte em nosso cívico sete de setembro.
Sua atuação nos clubes de serviço também merece destaque. Mas, na minha opinião, foi no rádio da Princesa do Norte sua maior contribuição. Cléver nos programas que participou elevou à máxima potência a função social da comunicação compartilhando conhecimento, cultura, boa música e pautando debates imprescindíveis para o futuro de Sobral e da Zona Norte.
Culto, competente, cidadão, mas, sobretudo um homem de mente livre, alma limpa e coração largo.
Na memória guardarei as palavras afetuosas, sinceras e os incentivos destinados a mim e torço para que a ética, talento e a bondade de Cléver Rocha continuem a inspirar por muito tempo os que tiveram a grata satisfação de conhecê-lo.
Por Herbert Lobo