domingo, 30 de outubro de 2011

CID x LUIZIANNE: UM POTE DE MÁGOAS

Tanto Cid Gomes (PSB) quanto Luizianne Lins (PT) só falam em manter a aliança em Fortaleza, mas o nível de tolerância entre os grupos políticos permanece em estado crítico. O último diálogo entre os dois foi há meses e só ocorreu por intermediação do vice-governador Domingos Filho (PMDB).
A preço de hoje, manter a aliança é uma mera conveniência política e eleitoral para ambos. Apenas isso. As parcerias administrativas entre Estado e Prefeitura que estão em vigor são antigas. Nada de novo foi firmado.
Mas, o dinamismo da política pode aprofundar as diferenças ou diminuí-las. Tudo depende do nome à sucessão que for colocado na bandeja para apreciação dos aliados. Há nomes que aproximam os lados. Outros que afastam.
Quanto mais o calendário político aperta, mais chances para as variáveis atuarem. Nesse caso, os humores pessoais têm grande peso. No momento, há uma trégua nos conflitos públicos (internamente, eles ruminam). O último a gerar instabilidade na relação foi o ex-deputado Ciro Gomes, irmão e referência do governador.
Ciro atacou duramente a prefeita, que, publicamente, preferiu fazer ouvidos de mercador. Mas, quem conhece o estilo da petista sabe que as coisas costumam ficar anotadas no caderno.
Publicamente, o governador leva adiante seu estilo diplomático. Mantém a disciplina nas entrevistas e reafirma seu desejo de prorrogar a aliança. Mas, mas há uma novidade: Cid já não se nega a conversar com jornalistas sob o acerto do “off”.
A relação, que já foi mais sólida (ou menos gasosa, como queiram), está como diz a música de Chico Buarque: há “um pote até aqui de mágoa/ E qualquer desatenção, faça não/ Pode ser a gota d’água”.

(Coluna do Fábio Campos)