(Trecho de
artigo de Melchiades Filho - Folha de S.Paulo)
A CPI do Cachoeira oferece oportunidade
não só de investigar a fundo as relações entre políticos, empresários e o crime
organizado, mas também de aprovar melhores leis de combate à corrupção.
Já surgiu uma ideia interessante na
comissão de juristas escalada pelo Senado para revisar o Código Penal:
classificar como crime o enriquecimento do servidor incompatível com sua renda
declarada.
Pela proposta, a polícia não precisaria
mais provar em detalhes como se deu a roubança. Bastaria constatar que o
político (ou o juiz, o delegado etc.) acumulou patrimônio ou passou a usufruir
de bens acima de suas possibilidades.
A medida não secaria de vez os propinodutos. Mas, como precisou o
ministro Gilson Dipp (STJ), daria ao Estado um instrumento para agir com
rapidez. O sujeito pensaria duas vezes antes de se fixar em Paris, emborcar
vinhos exclusivos, colecionar carros importados...