O governador de Goiás, Marconi Perillo
(PSDB), mandava recados para o chefe da organização criminosa chefiada pelo
bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, por
intermédio do senador Demóstenes Torres (ex-DEM). Os negócios da quadrilha não
se resumiam ao império dos jogos de azar no Centro-Oeste do país, mas chegavam
até o Supremo Tribunal Federal. À série de documentos vazados para jornais e
revistas, que começou a ser divulgada logo após a prisão de Cachoeira,
há três semanas, foi acrescentada, neste sábado, uma nova leva de escutas.
A influência exercida por
Demóstenes junto a altas patentes do Superior Tribunal Federal era usada na
tentativa de influenciar decisões das cortes mais altas do país. Nos quatro
minutos de diálogo, gravados no dia 16 de agosto do ano passado, Cachoeira
e Demóstenes falavam sobre a queda de Wagner Rossi (PMDB) do Ministério da
Agricultura e sobre o ex-ministro José Dirceu (PT), até que o nome do ministro
Gilmar Mendes foi à tona, em um processo a que responde a Companhia Energética
de Goiás (Celg). Cachoeira comemorava a decisão do ministro favorável à
companhia. ‘’ Conseguimos puxar aqui para o Supremo uma ação da Celg aí. Viu? O
Gilmar mandou buscar, deu repercussão geral pro trem aí’’, lembra
Demóstenes.(Informações do jornal Correio do Brasil)