Um
dos segredos mais guardados de quem precisa cultivar a autoridade é a
administração do silêncio. Quando se fala demais, em geral, morre-se pela boca.
O
encontro entre o ex-presidente Lula, o ministro do STF Gilmar Mendes e o
ex-ministro da Defesa Nelson Jobim poderia ser marcado por uma conversa
republicana e não estuário de discórdia. Falou-se demais, durante e depois...
Erraram
todos, pelo visto: tanto aquele que diz falar a verdade, mas mistura mentira;
como o outro que precisa mentir, para esconder a verdade. Ou ainda, o drama do
amigo que não pode ficar mal com todos, e por isso mente forte.
O
tratado no encontro de Lula, Gilmar e Jobim foi impróprio. Mas surpreende que o
ministro do Supremo tenha esperado tanto tempo para tornar público matéria tão
grave, algo próximo à 'nitroglicerina'.
E
mais, a insistência de Gilmar Mendes em declarar-se para veículos diversos
aparenta existir uma preocupação além dos limites éticos da
constitucionalidade. O que será? Estranho.
Para
o bem da nação, recomenda-se aos senhores agora, porta arreganhada, que digam
tudo o que sabem. A hora do silêncio já passou. No estágio em que o caso chegou,
a autoridade está em xeque. (DO
BLOG DE SIDNEY REZENDE)