Em contagem regressiva para definir
quem serão os candidatos a prefeito na eleição deste ano, partidos estão
promovendo uma onda de intervenções em suas instâncias municipais em nome da
defesa de interesses políticos maiores do que os regionais. O PT é protagonista
dos casos mais polêmicos. Para facilitar todas essas ações, o PT editou uma
resolução que obriga as coligações em cidades com mais de 200 mil habitantes a
passarem pelo crivo da direção nacional.
‘’As pessoas acham essas intervenções
normais. Não são. Vivemos uma mistificação do sistema político democrático. Se
você contar o que acontece em um congresso internacional, vão achar que seus
dados estão errados porque eles não entendem como alguém ganha prévia e não
leva’’, diz o historiador Marco Antônio Villa.
A mais recente intervenção foi a
escolha do candidato a prefeito em Recife, na semana passada. A intervenção,
porém, foi motivada por uma questão prática. Em troca do rearranjo em Recife, o
PT assegurou o apoio do PSB à campanha de Fernando Haddad em São Paulo, a
menina dos olhos de Lula nesta eleição. Mas o PT não é o único. PSDB, PMDB e
até o PSOL lançaram mão desse instrumento nos últimos meses para interferir em
decisões locais. (O Estado de S.Paulo)