ISTOÉ
- CLAUDIO DANTAS DE SEQUEIRA
Há 16 anos, os brasileiros
depositam suas expectativas políticas em urnas eletrônicas. O sistema se
notabilizou principalmente pela agilidade na apuração e pela garantia, por
parte do Tribunal Superior Eleitoral, de que é imune a violações.
Se a velocidade do trabalho
de contagem dos votos é indiscutível, a segurança das urnas nunca foi uma
unanimidade.
Neste ano, a preocupação
ganhou força depois que um grupo de especialistas em informática descobriu
falhas graves na proteção do software utilizado nas urnas. A ação desses
“hackers” fez parte de um teste público realizado no TSE.
Em vez de ajudar a
aperfeiçoar a votação eletrônica, a iniciativa acabou reforçando a impressão de
que o processo eleitoral precisa evoluir e se tornar mais transparente.
Em entrevista à ISTOÉ, o
responsável pela equipe que conseguiu violar a urna eletrônica de teste, o
professor Diego Aranha, da Universidade de Brasília, disse que foi pressionado
para não divulgar a íntegra do relatório em que apontou as falhas de segurança
do programa desenvolvido pelo TSE. “Apenas a versão aprovada pelo Tribunal foi
publicada”, diz Aranha. “As informações sensíveis foram suprimidas.”
Doutor em ciências da
computação pela Unicamp e especializado em criptografia, Aranha decidiu
arriscar sua reputação, convicto das vulnerabilidades da urna eletrônica. Continue lendo