Cerca de
20 anos após a criação do Programa Saúde da Família, ainda há entraves para a
ampliação da população atendida no país e dificuldades para atrair médicos,
segundo associações de saúde. Casos de irregularidades envolvendo a gestão dos
profissionais de saúde que atuam no programa não são raros, e a média de
equipes descredenciadas por mês pelo Ministério da Saúde tem crescido.
Em 2010,
o ministério descredenciou em média 342 equipes por mês no país. Em 2011, foram
444 e em 2012, 632. Em um modelo em que o médico deveria conhecer melhor as
famílias atendidas, a rotatividade desses profissionais é maior do que o
adequado e a população acaba prejudicada, dizem associações.
O
ministério, que repassa recursos para prefeituras gerenciarem o programa, tem
descredenciado cada vez mais equipes, devido a irregularidades encontradas.
Isso acontece, por exemplo, quando um mesmo médico está inscrito no banco de
dados federal como integrante da equipe de Saúde da Família em duas cidades, o
que não é permitido caso a carga horária ultrapasse 40h semanais.