Heberth Xavier_BRA247 - Quando 2013 começar, daqui a
menos de uma semana, o projeto político do PT estará completando uma década do
poder maior, a presidência da República. Desde então, muita coisa mudou para o
partido, para o bem ou para o mal. Seu líder maior e fundador, Luiz Inácio Lula
da Silva, triunfou sob índices de popularidade nunca antes experimentados; sua
sucessora e “criação” política, Dilma Rousseff, vai na mesma trilha, com o
Ibope alto. O PT, por sua vez, perdeu, digamos assim, a virgindade ética que,
certo ou errado, o diferenciava, aos olhos do eleitor: o chamado mensalão foi
apenas o ápice de um processo marcado por alianças antes inimagináveis,
incluindo dois ex-presidentes cujos governos receberam oposição feroz dos
petistas (José Sarney e Fernando Collor).
Os dez
anos, porém, virarão certamente 12 em 2014. Depois, podem virar 16, se as
pesquisas atuais forem confirmadas até lá e Dilma se reeleger -- e o PT ainda
tem Lula como carta na manga, para uma alternativa, ainda que muita gente
aposte que é ele a primeira opção do partido. Na prática, a profecia feita pelo
ex-ministro tucano de Fernando Henrique Cardoso, Sérgio Motta, pela qual o PSDB
ficaria 20 anos no poder, pode acabar se concretizando para o rival.