A disputa
pelas vagas da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e do Senado envolve
candidatos de última hora, denúncias contra os favoritos aos cargos e visitas
Brasil afora para angariar apoio político. Em meio a tanta peleja e a tantas
dúvidas que envolvem a eleição para a presidência e para as secretarias do
Congresso, os concorrentes têm pelo menos uma única certeza. Os vitoriosos
terão à disposição uma enorme estrutura, que envolve a contratação de um
batalhão de funcionários comissionados, além de ampla exposição e poder.
Levantamento realizado pelo Correio nos dados de pessoal da Câmara dos
Deputados mostra que, só para contratar pessoas de confiança, os integrantes da
futura Mesa Diretora da Casa terão R$ 22,9 milhões por ano para gastar. Eles
poderão ter 288 funcionários à disposição. No Senado, os futuros dirigentes
gastarão R$ 14,9 milhões por ano para contratar pelo menos 88 assessores, com
salários mensais que chegam a R$ 19,1 mil.
Além de multiplicar a capacidade de contratação
de aliados e correligionários, os futuros ocupantes da Mesa Diretora do Senado
e da Câmara vão poder controlar os gastos com passagens aéreas dos colegas e
cuidar da parte administrativa das duas Casas. Terão ainda nas mãos atividades
ligadas à Corregedoria, com poderes para analisar a conduta de outros
parlamentares. Diante de tanto poder e de um orçamento tão expressivo, há
brigas entre partidos e até mesmo dentro das próprias legendas. A disputa pela
presidência das duas Casas é a contenda mais visível, mas a corrida pelas vagas
de secretários também está aquecida nos bastidores, especialmente da Câmara dos
Deputados.