A advogada Marília Ferreira
protestou contra a ajuda aos condenados no mensalão - Foto: Gustavo
Gantois / Terra
Sem a
presença de líderes nacionais do PT, a primeira 'vaquinha' feita por membros da
sigla para pagar multas aplicadas a ex-dirigentes condenados no julgamento do
mensalão foi recebida com um protesto solitário. A advogada Marília Gabriela de
Farias, 31, foi à galeteria em Brasília em que ocorreu o jantar de arrecadação
de fundos para criticar a iniciativa.
'Querem ajudar seus amigos? Dividam com eles parte da pena restritiva de
liberdade', dizia cartaz que ela afixou na porta do restaurante. Ela não
enfrentou resistência dos militantes, mas um deles retirou o papel assim que
ela se afastou.
Organizado pela Juventude do PT do Distrito Federal, esse foi o primeiro
ato realizado por integrantes da legenda para recolher dinheiro para pagar o
total de R$ 1,8 milhão em multas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
ao ex-ministro José Dirceu, aos deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha
(PT-SP) e ao ex-tesoureiro Delúbio Soares.
No jantar na galeteria, foram vendidos ao menos
150 convites, que variaram entre R$ 100 e R$ 1.000. O jantar começou com um
brinde a Dirceu. Nos discursos, os militantes não atacaram o STF e defenderam a
história dos condenados e do PT. Um dos mais inflamados, o petista Cícero Rola,
da Central Única dos Trabalhadores, chamou Dirceu de 'herói'. 'Se precisar
comprometer 100% da minha renda para pagar, vou pagar.' (Informações da Folha de S.Paulo - Marcio
Falcão)