O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda divulgado nesta segunda-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mostra que, em agosto, a variação de preços foi positiva (0,38%) para a classe de renda mais baixa – com renda domiciliar mensal menor que R$ 1.650,00 – e negativa (-0,10 p.p) para o segmento mais rico da população, com rendimentos domiciliares maiores que R$ 16.509,66.
No acumulado em 12 meses encerrados em agosto, houve aceleração inflacionária para todos os segmentos, com exceção da classe de renda mais alta. Nesse período, a inflação dos grupos mais pobres registrou variação de 3,2%, atingindo uma taxa mais de duas vezes superior à apontada pelas famílias de maior poder aquisitivo (1,5%)
Mais da metade (53%) da variação total da inflação dos mais pobres em agosto veio dos alimentos e bebidas. Boa parte da alta de preços deste ano se deve a alimentos de grande consumo para as famílias, como arroz (19,2%), feijão (35,9%), leite (23%) e ovos (7,1%). Embora os preços dos serviços tenham caído em agosto para a classe mais baixa, esse alívio tem impacto maior no segmento de maior poder aquisitivo. Já o reajuste dos combustíveis atingiu todos os grupos, mas o efeito para as famílias mais ricas foi, em parte, aliviado pela queda nos preços das passagens aéreas (-2%) e dos seguros veiculares (-2%).