Quase três anos depois de vencer as eleições, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é reprovado por 51% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha de julho. Mesmo sob uma pandemia que matou centenas de milhares de pessoas, acusações de demora na vacinação, altas nos preços e elevado desemprego, Bolsonaro conserva o apoio de 24% da população, de acordo com o mesmo levantamento.
Para pesquisadores ouvidos
pelo UOL, isso acontece porque Bolsonaro conseguiu montar uma rede de
apoiadores fiéis e trabalha para manter seus seguidores dispostos a ocupar as
redes sociais com os assuntos definidos pelo governo. Para isso, a pauta
bolsonarista explora desconfianças, define "inimigos" e se esforça
para fazer parecer que há uma mobilização ampla em torno de determinadas causas.
Segundo o cientista político
Guilherme Casarões, professor da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas em São Paulo),
a estratégia do presidente é "fomentar o caos para manter a base
unida" e "provocar instabilidade" como método de governo. De
acordo com a antropóloga da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
Letícia Cesarino, que acompanha grupos bolsonaristas no WhatsApp desde 2018, as
pautas do presidente devem ser entendidas em um contexto de "estratégia
para manter o poder.