A não eficácia da vacina e os riscos para saúde são alguns dos mitos que tem gerado dúvidas nos pais que ainda estão receosos quanto à vacinação
Com pouco mais de um mês após o início da campanha de vacinação infantil contra a Covid-19, o Brasil já imunizou 28% das crianças entre 05 e 11 anos consideradas elegíveis para a vacina. O momento, que é de grande importância para garantir a segurança dos pequenos, também tem gerado alguns questionamentos de pais, muitas vezes bombardeados por inúmeras informações que tem prejudicado o processo de conhecimento e veracidade da proteção da vacina.
“É natural que nesse momento, principalmente com o fácil acesso à internet e os diversos meios de disseminação de informação, os pais estejam preocupados com seus filhos e muitos se sintam perdidos e até desconfiados, afinal, garantir a saúde deles deve vir em primeiro lugar”, afirma Dra Ellana Ribeiro, médica pediatra e especialista em vacinas.
Alguns dos questionamentos levados em consideração para não vacinar os pequenos estão relacionados à eficácia da vacina e se ela é realmente segura para as crianças. “As vacinas passaram por uma revisão rigorosa e foram testadas da mesma forma que as vacinas Covid-19 para adultos e autorizadas pelos órgãos de saúde competentes, após testes completos de segurança em milhares de crianças. Então, sim, elas são seguras.”
A médica lembra que em janeiro o país registrou um pico no número de internações infantis por conta da Covid-19. Dados do Ministério da Saúde apontaram que o número de crianças menores de 12 anos hospitalizadas com complicações da doença saltou de 284 em dezembro para 2.232 em janeiro deste ano, um aumento de 686%. Especialistas consideram que a falta de cobertura vacinal aliada com o período de transmissão da doença pode ter sido um dos principais fatores para esse aumento.
“A Covid-19 já é a doença infectocontagiosa que mais leva ao óbito crianças e adolescentes, no Brasil, dentre as que são preveníveis com vacinas. Vacinar essas crianças, de 5 anos ou mais, é extremamente importante, pois pode ajudar a protegê-las contra a infecção por Covid-19 e mantê-las na escola, em atividades grupais, colaborando para não disseminar a doença em sua comunidade”, reforçou Ellana.
Ellana esclarece quais os mitos mais frequentes sobre a imunização infantil contra a covid-19. “Dentre as principais informações erradas sobre a vacina Covid-19 para crianças, estão as de que não é segura, de que não é importante vacinar as crianças por elas não desenvolverem sintomas mais graves como os adultos desenvolvem, de que seria melhor a criança “pegar” a doença para criar anticorpos do que desenvolver estes anticorpos tomando a vacina e, até mesmo, de uma probabilidade da criança se tornar infértil no futuro. Nada disso possui base científica e não podemos considerar como verdade”, ressaltou.
A médica não só rebateu os mitos, como também, explicou sobre as verdades que os pais precisam saber para confiar na eficácia da vacina. “Podemos afirmar que a vacina é segura e eficaz para proteger as crianças contra a Covid-19. Mesmo que alguns destes pequenos tenham alguma reação como um braço dolorido, estes sintomas devem desaparecer em alguns dias. Muitos deles nem chegam a apresentar efeitos colaterais e outras reações, como alergias graves. Também é importante dizer que quando uma criança que não tomou a vacina ‘pega’ Covid-19, ela também corre o risco de desenvolver outras doenças pós-Covid-19 prolongadas, uma Síndrome Inflamatória Multissistêmica (MIS-C) ou até mesmo, vir a óbito. Além disso, não há evidências de que a vacina cause infertilidade ou afete a puberdade destas crianças”, esclareceu Ellana.
Verdades:
A Vacina contra a Covid-19 para crianças é segura e eficaz;
As reações à Vacina contra a Covid-19 para crianças são raras;
A criança não vacinada contra Covid-19 corre risco de desenvolver doenças graves e/ou óbito;
Não existem evidências científicas de que a Vacina contra a Covid-19 para crianças possa causar infertilidade.
Mitos:
A Vacina contra a Covid-19 para crianças não é segura;
Não é importante vacinar crianças, pois elas não desenvolvem sintomas graves;
É melhor ‘pegar’ Covid-19 e esperar o corpo desenvolver anticorpos contra a doença, naturalmente, ao invés de desenvolver anticorpos por meio da vacina;
Tomar a Vacina contra a Covid-19 pode tornar a criança infértil, no futuro.