Por Lorena Macedo
Entre os anos de 2012 e 2022, os estudantes de Fortaleza ocuparam 36,7% das vagas de convocados para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O índice representa um total de 543 alunos das 1.478 vagas disponibilizas nesse período.
O resultado positivo e o ingresso de alunos da capital cearense fez com que a Instituição anunciasse a construção de uma nova sede no Ceará. Em visita a Fortaleza, o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, acompanhado do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, visitaram as instalações da Organização Militar (OM), para realizar levantamento de dados para a execução do projeto de implantação, prevista para execução em 2025.
“Queremos que o ITA Ceará tenha o padrão do ITA São Paulo, para que não existam dois tipos de formandos, dois tipos de engenheiros. Então, é uma extensão do sucesso do ITA de São Paulo, um empreendimento histórico que o Brasil tem usufruído, que orgulha o país no mundo inteiro”, destacou o Ministro.
Fortaleza é líder em aprovações e fica à frente de estados do Sul e Sudeste. No vestibular de 2023, São Paulo preencheu 43 das 777 vagas disponíveis, enquanto Fortaleza ocupou 313. São José Dos Campos, cidade sede do ITA, obteve 164 convocados.
E mais: dá um banho em se tratando de outras capitais do Nordeste que, somadas, totalizam 43 alunos aprovados. (veja aqui)
Ex-alunos e o mercado
O cearense Artur Pereira é egresso do ITA e sócio da Infraway, empresa fundada por outros três alunos, especializada em projetos de infraestrutura de engenharia de para setores aeroportuário e de saneamento.
Segundo Artur, os alunos são chamados para trabalhar logo no primeiro semestre do curso. “As empresas ficam na porta da escola atrás dos estudantes”, diz. Ele iniciou na engenharia ainda no terceiro ano curso, após dois anos de estágio na Infraway e, recebeu proposta para efetivação.
Além das oportunidades de estágio extracurriculares, a Instituição promove inciativas para que os alunos tenham experiências profissionais desde primeiro semestre, como competições de criação de aeromodelos, empresa júnior e cursinho para o vestibular.
Outro cearense egresso é o Aníbal Costa, hoje Chefe de Parques Naturais e Urbanos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). Ele entrou como civil, mas escolheu a carreira militar ao final do segundo ano se formou Tenente. “Após a minha formação, fiquei sete anos na Força Aérea Brasileira (FAB) e atuei na gestão das frotas dos aviões militares. Porém, no sétimo ano de formado, mudei de carreira e fui pro BNDES”, diz Aníbal.
Como funciona o ensino no ITA?
Militar
Durante o primeiro ano de curso, todos os estudantes são considerados alunos militares do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) e recebem um soldo. Ao fim do primeiro ano, devem decidir se continuam como civis ou se seguem como Oficiais, no posto de Aspirante.
O aluno formando recebe o título de Primeiro Tenente Engenheiro e passa a compor o quadro de Oficiais Engenheiros da Ativa da Aeronáutica. A permanência mínima é de cinco anos. O maior posto que um militar formado no ITA pode alcançar é o de Major Brigadeiro Engenheiro. A média salarial da carreira militar é R$ 11 mil.
Civil
Os optantes pela carreira civil podem atuar em instituições que não respondem ao Ministério da Defesa ou que são privadas. A partir do segundo ano o aluno continua o estudo das disciplinas de Engenharia normalmente, mas não recebe o treinamento militar. A média salarial de um Engenheiro do ITA é R$ 15 mil.