Raimundo / Darlei é discreto, miúdo, alinhado, sorridente, piadista, garboso e famoso. “Desculpa a modéstia, mas sou conhecido na região Norte toda”, informou ao O POVO. Também é afamado por se desculpar sempre que arrola um predicado novo a si mesmo.Se ainda não ficou claro de que se ocupava Darlei até bem pouco tempo atrás, o ofício do homem foi, por quase 30 anos, vender um produto de difícil aceitação: candidatos políticos. Para tanto, transfigurava sucessos musicais da época. Fazia exatamente o que se faz hoje com canções de Ivete Sangalo e do grupo Parangolé. Em Sobral, só havia dois nomes capazes de, armados apenas de verbo e microfone, arrebatar os corações das pessoas numa campanha política: o finado Pedro Lavandeira era um. Darlei, arquirrival, era outro. Como duas famílias (os Prado e os Barreto) se digladiassem pelo comando da terra de Cid Gomes, estavam inevitavelmente em lados opostos. Darlei com os Barreto e Lavandeira com os Prado.
O que não implicava em inimizade. “Éramos amicíssimos. Eu chorei quando ele morreu”, disse o senhorzinho, nada choroso. De acordo com Darlei, de 1960 para cá, apenas três paródias políticas estouraram na sua Sobral: uma de sua autoria; outra de Pedro Lavandeira, obviamente. A terceira, de Chico Pessoa, não é puramente uma concessão à modernidade. Darlei explica que Pessoa fez o sobralense berrar muito durante a campanha a deputado federal de Oman Carneiro no último pleito. Segundo o mago da paródia, a chave do sucesso do autor foi o berro. “Ele fez Sobral inteira berrar que nem carneiro.”
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