segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O SUPERCASEIRO DE DILMA

Duas semanas de Dilma Rousseff foi tempo suficiente para consolidar a impressão de que há dois tipos de ministro sob a nova presidente: Antonio Palocci e os demais. Exceto pela própria Dilma, Palocci foi o personagem que mais frequentou o gabinete presidencial desde 3 de janeiro, primeiro dia últil depois da posse.
Até aqui, não houve reunião que Dilma convocasse sem que o novo chefe da Casa Civil estivesse entre os participantes. Além das audiências individuais, Palocci participou de despachos da presidente com colegas de Esplanada.
Sem o título de coordenador político, move-se no território que mais lhe apraz: os subterrâneos. Cinco anos depois de ter sido apeado da Fazenda pelo ‘Caseirogate’, Palocci está, definitivamente, de volta.
Por ironia, foi guindado a uma pasta que traz “Casa” na logomarca. Mal comparando, torna-se, sem alarde, uma espécie de supercaseiro de Dilma, um faz-tudo, pau-pra-toda-obra. Desliza com a mesma desenvoltura entre governistas e oposicionistas. Transita entre empresários.
Os mais bem sucedidos chefes da Casa Civil da história estiveram unidos por uma característica comum: a ausência de ambições políticas individuais. Nenhum deles saiu da cadeira de ministro para cargos executivos que exigissem votos, exceto Dilma. Ela ascendeu não porque quisesse, mas porque Lula a quis.
(Blog do Josias)