quarta-feira, 2 de maio de 2012

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS: NA POLÍTICA BRASILEIRA


Dilma escolheu o novo ministro do Trabalho - cargo vago desde que Carlos Lupi, do PDT, se afastou em dezembro do ano passado, por motivos semelhantes aos que derrubaram outros ministros. O escolhido é Carlos Daudt Brizola, que adotou o apelido político de Brizola Neto, na tentativa de receber parte da herança eleitoral do avô Leonel Brizola. É curiosa a política brasileira, hoje: só dá parente. Brizola Neto, ACM Neto, Sarney Filho, Roseana Sarney; Edison Lobão, Edison Lobão Filho, Nice Lobão; Ana Arraes, filha e mãe de governadores de Pernambuco; Henrique Alves, filho e primo de governadores potiguares, sobrinho de vice-governador e senador; Francisco Dornelles, sobrinho de dois governadores de Minas, sobrinho-neto de um presidente e ditador, sobrinho de um presidente eleito, primo de um governador; o potiguar Agripino Maia, filho de ex-governador, primo de ex-governador, sobrinho do governador de outro Estado, primo do governador de outro Estado.

Portugal sabia das coisas: organizou o Brasil em capitanias hereditárias. O caro leitor quer mudanças? Então, tá.
(CARLOS BRICKMANN)