A decisão da Câmara de aprovar um
projeto que acaba com a exigência da aprovação das contas de campanhas
eleitorais e reabilita os chamados “contas-sujas” provocou reações negativas no
Judiciário e nos movimentos da sociedade que lutam contra a corrupção na
política. Políticos e especialistas eleitorais, no entanto, defendem a medida.
O diretor executivo da Transparência Brasil, Cláudio Abramo, como “picaretagem”
a decisão da Câmara dos Deputados.
Um dos que votaram no Tribunal Superior Eleitoral, em março, pela
necessidade de aprovação das contas eleitorais para que o político possa se
candidatar, o ministro Marco Aurélio Mello alfineta os parlamentares e diz que
não foi a primeira vez que o Congresso Nacional reagiu a uma decisão de
tribunais superiores, aprovando leis em causa própria.
Para o ministro, a proposta acaba, na
prática, com a prestação de contas, pois não haverá consequência para as
desaprovadas.Em nota, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE)
repudiou a aprovação de afogadilho, sem qualquer debate popular, de uma mudança
na lei eleitoral.(Informações de O Globo)