Nas
eleições municipais, 739 empresas ou pessoas fizeram doações às direções
nacionais dos partidos. Sozinhas, três construtoras respondem por quase um
quarto do total investido.
Juntas,
as empreiteiras Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa investiram
R$ 151,7 milhões dos R$ 637,3 recebidos pelas siglas.
Esses
recursos, que representam a maior fatia do financiamento eleitoral, são usados
pelos partidos para abastecer as campanhas de seus candidatos pelo país
-procedimento conhecido como doação oculta. Como há a intermediação da sigla,
fica impossível estabelecer relação entre doador e candidato.
PT, PMDB
e PSDB -partidos que mais elegeram prefeitos em outubro- foram os principais
beneficiados pelo grupo das empreiteiras: ficaram com R$ 100 milhões.
Considerando
todas as doações, o cenário é semelhante: as direções nacionais das três siglas
receberam R$ 383 milhões. A legenda com a maior arrecadação foi o PT: R$ 177
milhões.
Os
partidos repassaram recursos para 1.153 candidatos -o PT transmitiu doações a
436 candidatos, o PMDB, a 309, e o PSDB, a 408.