(LULA FAZENDO CAMINHADA COM O AMIGO FREUD GODOY, INTERMEDIÁRIO DO DINHEIRO)
O esquema do mensalão pagou despesas pessoais do então
presidente Lula no valor de aproximadamente R$ 100 mil, segundo revelou o
empresário Marcos Valério em depoimento-bomba à Procuradoria Geral da República
em 24 de setembro último. O dinheiro foi entregue a uma empresa de Freud Godoy,
assessor pessoal do ex-presidente. A CPI dos Correios comprovou, em 2005, um
pagamento feito pela SMPB, agência de publicidade de Valério, à empresa de
Godou, por meio de depósito em 21 de janeiro de 2003, no valor de R$ 98.500. A
reportagem é de Felipe Recondo, Alana Rizzo e Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo, que
teve acesso à íntegra das novas revelações do operador do mensalão, já condendo
a mais de 40 anos de prisão. Ele também afirmou que Lula deu "ok", em
reunião com Valério, dentro do Palácio do Planalto, para os empréstimos
bancários que viriam a irrigar os pagamentos de deputados da base aliada. O
operador do mensalão disse ainda que Lula atuou a fim de obter dinheiro da
Portugal Telecom para o PT. Disse que seus advogados são pagos pelo partido,
que arcou com mais de R$ 4 milhões pagos a seus advogados. Também deu detalhes
de uma ameaça de morte que teria recebido de Paulo Okamotto, ex-presidente do
Sebrae Nacional, tesoureiro do PT e hoje dirigente o Instituto Lula, além de
ter relatado a montagem de uma suposta "blindagem" de petistas contra
denúncias de corrupção em Santo André na gestão Celso Daniel. Valério contou
que o empresário José Carlos Bumlai, amigo pessoal de Lula pagou R$ 6 milhões
por uma participação de petistas no jornal Diário do Grande ABC, a fim de
interromper as denúncias do jornal sobre a participação de petistas no
assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SP). E acusou outros
políticos de terem sido beneficiados pelo chamado valerioduto, entre eles o
senador Humberto Costa (PT-PE). Após ser condenado pelo STF, Marcos Valério
procurou voluntariamente a Procuradoria-Geral da República. Queria, em troca do
novo depoimento e de mais informações de que ainda afirma dispor , obter proteção
e redução de sua pena. O depoimento, que durou três horas e meia, foi prestado
à subprocuradora da República Cláudia Sampaio e à procuradora da República
Raquel Branquinho, com a presença do advogado dele, o criminalista Marcelo
Leonardo. (Via coluna do Cláudio Humberto)