Contada
na edição de ontem do Correio, a história de Letícia Peres Mourão é incomum,
porque foi um dos raros casos de mulher escravizada na Europa que teve a coragem
denunciar seus agressores. No entanto, muitas brasileiras tiveram um fim
trágico como o dela. Aos 31 anos, Letícia morreu com um tiro na cabeça, no
Guará, em 2008. Tantas outras foram assassinadas sem sequer conseguir voltar à
terra natal. Goianas, como ela, são as maiores vítimas das máfias da
prostituição internacional. Em média,
20 brasileiras são assassinadas anualmente no exterior em consequência da
exploração sexual. Somente em 2012, sete goianas fizeram parte dessa
estatística. E foi o ano com o menor número de vítimas no século. O estado já
chegou a perder 20 cidadãs assassinadas por conta da atividade em um ano.
Outras 18 desapareceram a cada 12 meses, em média. Os números são da Secretaria
de Assuntos Internacionais do Governo de Goiás, órgão encarregado de dar
assistência aos goianos no exterior e as suas famílias no Brasil.