A cidade de Juazeiro do Norte, de tantas conquistas, considerada a capital do Cariri, vive tempos de descontrole político. A Câmara Municipal fez muito esforço para deslizar entre as páginas do jornal e pular da política para a polícia. Pela porta do Legislativo, as últimas visitas não foram de parlamentares, mas de policiais civis encarregados de cumprir mandados de busca e apreensão de documentos na Casa, em prédios anexos e nas residências do presidente Antonio de Lunga e do tesoureiro Ronnas Motos.
A denominada “Operação Faxina”, comandada pela Polícia Civil, com apoio do Ministério Público Estadual, com apoio da Polícia Militar, fez uma “geral” na terra de Padre Cícero. A dupla será convocada, a partir de segunda-feira, 26, a prestar esclarecimentos sobre o estoque em excesso comprado pela Câmara, sobretudo em relação aos material de limpeza.
O vereador Danty Benedito (PMN) fo o primeiro a denunciar a aquisição dos produtos, citando a utlização de notas frias e em benefício de empresários. O próprio parlamentar não esperava o tamanho da repercussão. A notícia virou chacota nas redes sociais e foi divulgada nos principais telejornais do Brasil. Depois da exposição, outros parlamentares assumiram a tribuna para cobrar explicações de Lunga, como o próprio vice-presidente Darlan Lobo (PMDB), que chegou a deixar a sessão da última quinta-feira, 22.
CASO FEDERAL
O Ministério Público Estadual deve denunciar o caso ao Ministério Público Federal, com acesso à intervenção direta da Polícia Federal. Fora, o “Escândalo das Vassouras” começa a afunilar. Dentro da Câmara, os ares são piores, com troca de acusações e ofensas. Um bloco de vereadores pede a renúncia do presidente Antonio de Lunga e do tesoureiro Ronnas Motos.
Os parlamentares denunciados admitem a possibilidade, mas expõem algumas exigências, mesmo diante do vexame nacional. A turma, liderada por Darlan Lobo, embora disposta a chacoalhar a Mesa Diretora, resiste às ameaças de Lunga e Ronnas e promete entrar com pedido de impeachment.
SILÊNCIO
Afora o bloco de cinco vereadores que pede a renúncia de Lunga e Ronnas, os outros 14 parlamentares preferem fazer “ouvido de mercador” diante do escândalo. Mais da metade dos calados precisaria cessar o “pacto de silêncio” e embarcar no pedido de renúncia, à espera de, pelo menos, 14 assinaturas. A conta da Câmara Municipal de Juazeiro com a população está no negativo. Nova revolta popular é iminente.
(Jornal Aqui Ce)
