Um novo exame de sangue, ainda em fase de estudos, conseguiu detectar
a reincidência do câncer de mama oito meses antes das primeiras
evidências aparecerem em exames convencionais. O teste usa uma
tecnologia que rastreia o DNA alterado e procura por traços dessa
mutação no sangue antes que as células se transformem no tumor. O estudo
foi realizado por pesquisadores do Instituto para Pesquisa do Câncer,
na Grã-Bretanha e publicado recentemente na revista científica Science
Translational Medicine.
A grande vantagem de se detectar a reincidência com antecedência é
iniciar antes tratamentos como a quimioterapia, aumentando a chance de
sobrevida. No estudo, os cientistas acompanharam 55 mulheres que já
tinham tido câncer de mama e haviam sido tratadas com cirurgia e
quimioterapia. Após o fim do tratamento elas se submeteram ao novo exame
de sangue a cada seis meses para rastrear possíveis vestígios do tumor.
Algumas mulheres tiveram o DNA cancerígeno detectados logo após o
tratamento, mostrando que a doença ainda estava em algum lugar em seu
corpo. Em outros casos, os traços apareceram com o passar do tempo. A
recidiva acontece quando a cirurgia e a quimioterapia não conseguem
retirar todo o tumor ou se ele já tiver se espalhado para outras partes
do corpo.
Em geral, as pacientes com exames de sangue positivo para o DNA
mutante do câncer tinham 12 vezes mais probabilidade de ter uma
reincidência metastática, quando comparado àquelas que apresentaram
resultados negativos. O teste também previu a volta do tumor cerca de
oito meses antes dele conseguir ser rastreado por meio de exames
convencionais.