O número se refere a certames federais, estaduais, distritais e municipais que, no total, oferecem 1.174 vagas com boa remuneração. Na crise, órgãos fora do DF se tornam opções atrativas, mas é preciso avaliar se vale a pena se mudar de cidade por causa do serviço público antes de apostar nos estudos. Segundo professores, a dica para passar é ter foco e disciplina
Ante a pretensão da gestão de Michel Temer de reestruturar as carreiras do Poder Executivo Federal e estabelecer um teto de R$ 5 mil para o salário inicial oferecido em concursos (saiba mais no quadro Esclarecimentos), as 1.174 vagas abertas em 120 seleções com remunerações que ultrapassam esse valor se tornam ainda mais atrativas. “Há mais editais publicados no momento porque 2016 e o início de 2017 foram difíceis para certames devido ao enxugamento da máquina pública. A partir de agora, a tendência é que as seleções se dispersem mais no tempo e que os órgãos não nomeiem tanto”, comenta Rodrigo Bezerra, gerente pedagógico dos cursos on-line do Complexo de Ensino Renato Saraiva (Cers).
Para o professor de finanças públicas da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Bocaccio Piscitelli, “o momento não é particularmente favorável para concurseiros”. Segundo ele, essa atividade que sempre foi muito visada, principalmente em Brasília, sofre uma culpabilização com a crise.
“Há quase uma campanha contra o servidor público, como se ele fosse responsável pela situação econômica do país. Dizem haver gastos excessivos, mas as despesas com juros da dívida pública, por exemplo, são praticamente o dobro do gasto com pessoal”, afirma. Apesar do cenário sombrio, há ofertas interessantes com salários acima de R$ 6 mil. No âmbito nacional, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) tem 52 vagas com remunerações entre R$ 6,3 mil e R$ 10,4 mil. Thaís Alves de Souza, 24 anos, conseguiu uma vaga de nível médio no órgão há quatro anos e agora vai concorrer a uma de analista judiciário. “Minha motivação é, principalmente, a remuneração, que aumenta bastante. Além disso, eu me formei depois de concursada”, conta a bacharel em direito. Antes de assumir o cargo no TST, Thais passou pela Secretaria Adjunta de Desenvolvimento Social e pelo Ministério da Fazenda.“Escolhi fazer concursos por três motivos: estabilidade, segurança e salário. Pretendo estudar para ser delegada, então vou focar na Polícia Civil do DF”, destaca.
Fora do quadradinho
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