Senador tem adotado postura de não comentar sobre sua relação pessoal e familiar com o irmão Ciro, mas revisitou os episódios da escolha do nome que disputaria o governo do Ceará em 2022. Cid apoiava que a aliança com o PT fosse mantida e Izolda Cela (sem partido) fosse indicada, enquanto Ciro foi o principal fiador do nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
Cid afirmou que a estratégia de lançar RC foi equivocada e prejudicou até a campanha de Ciro à presidência no Ceará. O senador afirmou que já tinha projetado, internamente, que o racha prejudicaria o partido. Ele ressaltou mais uma vez ter se resguardo e evitado comentar publicamente o processo para não acentuar o conflito com o irmão.
“Como aconteceu de fato, não era só uma previsão, um prognóstico, eu imaginava que esses setores do partido iam considerar a decisão que tomaram como equivocada. Foi inclusive ruim para o Ciro. Ele sempre teve, em todas as suas candidaturas, a maioria dos votos no Ceará. E eu acreditava que em outro modelo poderia ter uma votação bem melhor”, ressaltou Cid.
Ciro teve, em 2022, seu pior resultado em eleições presidenciais. Ele ficou em em quarto lugar, com 3% dos votos válidos. Foi a primeira vez que ele não terminou uma eleição presidencial como o candidato mais votado no Ceará, ficando atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Mais recentemente, Cid e Ciro voltaram a estar em lados opostos dentro do partido que dividem. O senador desde julho fazia movimentações para assumir a presidência estadual do PDT carregando a ideia que era preciso retomar a aliança com o PT. O cargo era historicamente ocupado pelo deputado federal André Figueiredo (PDT), a quem Ciro, em evento no Ceará, defendeu no cargo em detrimento do irmão. A sigla ainda enfrenta divergências sobre o tema e deve ter mais um episódio na segunda-feira, 16, quando está marcada reunião.