Por Ricardo
Azevêdo – Farmacêutico-Bioquímico.
Nos
filmes de índios da nossa infância e adolescência sempre tinha aquele índio
escolhido (“o artista”, é o novo!) que nos deixava excitantes com suas ações
não só na tribo como também diante de seus comandados na hora da guerra.
Eram
ações coordenadas e discutidas com todos (homens, mulheres e
crianças) para que, no final, a vitória fosse alcançada.
Muitos
anos depois destes filmes (baseados na conquista dos EEUA) presenciamos outras
guerras pela disputa de espaços e poder.
Mais
que guerras são estas?
São
milhares de pessoas à busca de milhões de pessoas para “ajudá-los”. São as
guerras das eleições municipais do Brasil. Como todo “conflito“ elas também têm
suas estratégias. Quais? Não vejo nenhuma. Mais por quê?
A
luta incansável pelo poder resume-se, no meu entender, a de um lado manter-se
sentado na cadeira para mandar e desmandar e, do outro, à procura incessante
para derrubá-lo. Estes são os planejamentos, sempre sem escrúpulos, destas
guerras ridículas.
Falo
isto, pois sabemos que, para alcançar estes poderes e benesses os “políticos’’,
quebram-se laços de amizade e familiares, deixando o respeito ao próximo em
segundo, terceiro ou quarto plano dependendo das conveniências.
O
caminho a percorrer até o poder tem que estar livre, mesmo que, às vezes, vidas
humanas sejam sacrificadas. O que mais me impressiona é o poder destes
“políticos” de envolver a quase totalidade da população. População esta “N”
vezes enganada e surrupiada por estas pessoas que, com sua oratória falaciosa,
a deixa a seus pés.
Claro
que existem para o bem de todos os contestadores. Interessante que, há anos,
este segmento tinha um poder, em muitas vezes, de mudar a história dos
acontecimentos. Às vezes errada, mais mostrava força para curvar, em várias
oportunidades, os que se achavam os “deuses”.
Num
passado bem recente, alguém no comando, simplesmente, por meios totalmente
inescrupulosos, coverteu a quase totalidade dos contestadores a simples
cordeiros à espera de uma ração para seu alimento e, assim, agradar seu dono.
Mesmo assim, ainda sobraram algumas “ovelhas negras” para tentarem uma disputa
desigual.
As
eleições no Brasil nunca foram santificadas, mas, de pouco tempo para hoje,
tornaram-se um conflito para o inferno ( perdedor), pois para a “governabilidade”
ser mantida, a ordem é fazer de tudo ( roubo, corrupção, assédio, compra de
votos, licitações fraudulentas, superfaturamento e, principalmente,
impunidade). É a instituição dos PÁRIAS da população.
Com
toda esta libertinagem da maioria da população por contar com a impunidade,
perguntamos: como será o comportamento dos que estão no poder e não querem
jamais entregá-lo e dos que almejam este degrau?
As
discussões dos partidos, as coligações a serem feitas, as estratégias para
superarem seu opositor, são feitas em gabinetes, em reuniões privadas, onde
decisões podem tirar muitos benefícios da população, contanto que tragam a
“vitória”. A grande maioria da população fica naquela de: eu voto em “A”, eu
voto em “B”, criando clima de desconfiança, denúncia, perda de emprego,
intrigas.
E as
promessas falaciosas aumentando, os pneus, as cestas, o medicamento, a certeza
do paraíso chegando. Pergunta-se: A população não se lembra de que a grande
maioria destas promessas foi feita na eleição passada e nada foi realizado?
É
este questionamento que temos de fazer. Esta reflexão precisa criar corpo para
que haja escolhas certas e não deixar esta responsabilidade nas mãos das
“ovelhas negras,” que, por sinal, a cada dia que passa, este rebanho está
diminuindo. Não dá mais para viver só de admirar as ações daquele nosso índio
do começo do artigo. Ou nós agimos ou nos entregamos. Escolham.