terça-feira, 8 de maio de 2012

AS ELEIÇÃOES MUNICIPAIS

Por Ricardo Azevêdo – Farmacêutico-Bioquímico.
Nos filmes de índios da nossa infância e adolescência sempre tinha aquele índio escolhido (“o artista”, é o novo!) que nos deixava excitantes com suas ações não só na tribo como também diante de seus comandados na hora da guerra.
Eram ações coordenadas e discutidas com todos (homens, mulheres e crianças) para que, no final, a vitória fosse alcançada.
Muitos anos depois destes filmes (baseados na conquista dos EEUA) presenciamos outras guerras pela disputa de espaços e poder.
Mais que guerras são estas?
São milhares de pessoas à busca de milhões de pessoas para “ajudá-los”. São as guerras das eleições municipais do Brasil. Como todo “conflito“ elas também têm suas estratégias. Quais? Não vejo nenhuma. Mais por quê?
A luta incansável pelo poder resume-se, no meu entender, a de um lado manter-se sentado na cadeira para mandar e desmandar e, do outro, à procura incessante para derrubá-lo. Estes são os planejamentos, sempre sem escrúpulos, destas guerras ridículas.
Falo isto, pois sabemos que, para alcançar estes poderes e benesses os “políticos’’, quebram-se laços de amizade e familiares, deixando o respeito ao próximo em segundo, terceiro ou quarto plano dependendo das conveniências.
O caminho a percorrer até o poder tem que estar livre, mesmo que, às vezes, vidas humanas sejam sacrificadas. O que mais me impressiona é o poder destes “políticos” de envolver a quase totalidade da população. População esta “N” vezes enganada e surrupiada por estas pessoas que, com sua oratória falaciosa, a deixa a seus pés.
Claro que existem para o bem de todos os contestadores. Interessante que, há anos, este segmento tinha um poder, em muitas vezes, de mudar a história dos acontecimentos. Às vezes errada, mais mostrava força para curvar, em várias oportunidades, os que se achavam os “deuses”.
Num passado bem recente, alguém no comando, simplesmente, por meios totalmente inescrupulosos, coverteu a quase totalidade dos contestadores a simples cordeiros à espera de uma ração para seu alimento e, assim, agradar seu dono. Mesmo assim, ainda sobraram algumas “ovelhas negras” para tentarem uma disputa desigual.
As eleições no Brasil nunca foram santificadas, mas, de pouco tempo para hoje, tornaram-se um conflito para o inferno ( perdedor), pois para a “governabilidade” ser mantida, a ordem é fazer de tudo ( roubo, corrupção, assédio, compra de votos, licitações fraudulentas, superfaturamento e, principalmente, impunidade). É a instituição dos PÁRIAS da população.
Com toda esta libertinagem da maioria da população por contar com a impunidade, perguntamos: como será o comportamento dos que estão no poder e não querem jamais entregá-lo e dos que almejam este degrau?
As discussões dos partidos, as coligações a serem feitas, as estratégias para superarem seu opositor, são feitas em gabinetes, em reuniões privadas, onde decisões podem tirar muitos benefícios da população, contanto que tragam a “vitória”. A grande maioria da população fica naquela de: eu voto em “A”, eu voto em “B”, criando clima de desconfiança, denúncia, perda de emprego, intrigas.
E as promessas falaciosas aumentando, os pneus, as cestas, o medicamento, a certeza do paraíso chegando. Pergunta-se: A população não se lembra de que a grande maioria destas promessas foi feita na eleição passada e nada foi realizado?
É este questionamento que temos de fazer. Esta reflexão precisa criar corpo para que haja escolhas certas e não deixar esta responsabilidade nas mãos das “ovelhas negras,” que, por sinal, a cada dia que passa, este rebanho está diminuindo. Não dá mais para viver só de admirar as ações daquele nosso índio do começo do artigo. Ou nós agimos ou nos entregamos. Escolham.