domingo, 4 de novembro de 2012

ALERTA: PESQUISA MOSTRA QUE CRIANÇAS EXPÕEM VIDA PESSOAL NA INTERNET

As meninas adoram combinar os encontros pelas redes sociais. Nas rodinhas, equipadas com seus smartphones e iPods, elas postam mensagens nas redes em que contam o local onde estão e o que estão fazendo, o famoso check in, assim como fotos pessoais, de celebridades ou de roupas e esmaltes em alta no mundo da moda. “Gosto de compartilhar e curtir o que minhas amigas postam e de saber o que elas estão fazendo”, diz Luísa Neves, de 13 anos.
A atividade online intensa das crianças e dos adolescentes preocupa os especialistas. “Você acaba deixando o que a gente chama de um rastro digital muito preciso ao informar com muito detalhe o seu cotidiano. Isso registrado na internet pode ser acessado por pessoas mal intencionadas”, alerta o psicólogo e diretor de prevenção da organização não governamnetal SaferNet Brasil, Rodrigo Nejm.
A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2012, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no país, mostra a exposição dos pequenos no mundo virtual. Os indicadores revelam que, no país, 70% das crianças e dos adolescentes entrevistados têm perfil próprio nas redes sociais. Entre os menores de 13 anos, 42% dos entrevistados (na faixa de 9 e 10 anos) e 71% (de 11 e 12 anos) já fazem uso delas. A idade mínima exigida para ter um perfil na internet é 13 anos. Porém, grande parte altera a idade para ficar conectado.
A pesquisa também constatou que a maioria desses jovens coloca em seu perfil foto que mostra claramente o rosto (86%), expõe o sobrenome (69%) e pode navegar nas redes sociais quando quiser, sem acompanhamento dos pais (63%).
Um indicador que chama a atenção é que 53% dos pais afirmaram não usar a internet. No entanto, 71% acharam que as crianças usam a rede com segurança. Porém, a pesquisa mostra que entre crianças de 9 e 10 anos, 6% já tiveram contato na internet com alguém que não conhecia pessoalmente, entre 11 e 16 anos, o percentual sobe para 26%.
A proteção dos pequenos é uma das atribuições da Polícia Federal (PF), mas não em todos os casos. “Para a PF investigar precisa haver a publicação ou a disponibilização de arquivos envolvendo pornografia infantil na internet, pois desse modo essa prática tem caráter transnacional. A rigor, quando o caso se restringe ao armazenamento desse tipo de material e ao abuso de crianças, quem assume é a Polícia Civil”, explica o delegado da PF Júlio César Fernandes, responsável pelo grupo especial de combate aos crimes de ódio e pornografia infantil na internet. O grupo, criado em 2003, recebe e analisa as denúncias. As investigações são feitas pelas delegacias de defesa institucional nas superintendências ou pelas delegacias descentralizadas. O delegado disse ainda que o perfil dos aliciadores é variado, sem faixa etária definida, mas a maioria é homem e solteiro.(Agência Brasil)