Relator da Ação Penal 470 assume o
comando do Poder Judiciário no dia 22 deste mês com pompa e circunstância;
aparentemente, Dilma vai, mas nada impede que Joaquim Barbosa, dias depois da
foto oficial com a presidente, aceite a proposta de delação premiada de Marcos
Valério contra o ex-presidente Lula; decisão é uma das mais arriscadas de um
governo que se equilibra entre a lealdade a Lula e seus compromissos
institucionais
O dia 22 de novembro é a data marcada para que Joaquim
Barbosa assuma a presidência do Supremo Tribunal Federal e o comando do Poder
Judiciário no Brasil. Relator da Ação Penal 470, Barbosa já foi criticado pelos
próprios colegas da corte e também por advogados dos réus, que o enxergam como
carrasco inquisidor, e não como juiz. Nas mãos dele, repousa um documento
explosivo: o pedido de Marcos Valério, pivô do mensalão, para que faça parte do
Sistema Nacional de Proteção a Testemunhas e para que seja beneficiado com a
delação premiada. Segundo frases atribuídas a Valério pela revista Veja, o
ex-presidente Lula seria o "chefe" do mensalão e teria também sido
chantageado por personagens ligados ao assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito
de Santo André. Cabe ao futuro presidente da corte definir o que fazer em
relação a isso. (Brasil 247)