De passagem por Salvador, Ciro Gomes reiterou as
ressalvas que fizera no final de semana ao projeto presidencial de Eduardo
Campos. Foi até mais incisivo. Além de dizer que faltam ao presidente do PSB
“estrada” e “projeto”, insinuou que o partido dá de ombros para a “decência” ao
cobiçar o Planalto sem devolver a Dilma Rousseff os cargos que ocupa no
governo. Ao saber pelo repórter que Ciro
voltara à carga, o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), indagou: “E
ele não cantou ‘Esse Cara sou Eu?’. Referia-se à música de Roberto Carlos, tema
do capitão Théo, da novela Salve Jorge. Parece considerar que, trocando-se
Morena, a amada do personagem, pela Presidência da República, a paixão
não-correspondida de Ciro, a canção encaixa-se à perfeição. Espécie de porta-voz do silêncio a que
se autocondenou Eduardo Campos, Beto Albuquerque desdenha dos ataques –os
internos e os externos. “Nosso projeto é como massa de bolo: quanto mais bate,
mais cresce.” Realçou que Ciro e seu irmão, o governador cearense Cid Gomes,
não dispõem senão de dois escassos votos na Executiva Nacional do PSB. O irmão de Ciro insinuou que o
deputado Beto Albuquerque (RS) e o senador Rodrigo Rollemberg (DF) inflam o
balão de Eduardo Campos porque cultivam em suas respectivas províncias projetos
políticos que excluem o PT. Tolice. A dupla apenas empresta a voz para que o
governador pernambucano possa falar sem o inconveniente político de mover os
lábios além do necessário. (Via Blog do Josias de Souza)