Vade retro!
É o que
bradam contra o álcool muitos seguidores de Baco sempre que se inicia o período
quaresmal, ocasião em que passam a enfrentar mais um recesso (etílico)
voluntário. Para alegria das famílias e tristeza dos donos de bares essa
saudável experiência vem se difundido muito.
Movidos
apenas pela curiosidade do desafio, até mesmo bebedores sociais e diaristas
moderados (e há?) vêm aumentando o número dos quaresmeiros.
Com isso,
eles dão um descanso ao fígado; muitos também aproveitam para aparar arestas no
lar; equilibrar finanças e desintoxicar o espírito, culminando, muitas vezes,
no abandono definitivo do copo.
Já
outros, acossados pela síndrome da abstinência, transformam-se num “porre” de
sobriedade para familiares e amigos, massacrando-os com sua impaciência e sua
impertinência, forçando-os até a considerar que melhor seria sem o recesso.
Mesmo
assim, vale tentar o desafio. Mas o pior são as últimas tentações: lutar para
abandonar o álcool. Ou, não sendo possível, pelo menos voltar a ele com menos
sede.
Para
tanto, os candidatos têm de sobreviver à aparente lentidão do ponteiro que
parece não querer ultrapassar a meia-noite da Sexta-Feira Santa.
Vai
encarar?
(Da Coluna de Artemísio da Costa - Correio da Semana)