Em 2010, o
ex-ministro Ciro Gomes, que havia se filiado ao PSB há dois anos, imaginava
contar com o apoio velado do seu novo partido para disputar a Presidência da
República. Imaginava se
viabilizar reproduzindo novamente a chamada terceira via, mesmo enfrentando
Dilma, lançada pelo ex-presidente Lula e apresentada até então como favorita
absoluta. Inteligente,
excelente frasista, de raciocínio rápido e declarações bombásticas, Ciro
apostava que faria o diferencial, desbancando o poderio das forças que estavam
por trás do projeto Dilma. Mas a sinalização e o
apoio efetivo do PSB nunca se transformaram em realidade. Comprometido com
Lula, o presidente nacional da legenda, Eduardo Campos, não estendeu o tapete
vermelho para Ciro. Passados dois anos, o
político cearense dá o troco: diz que Eduardo não tem projeto para o País e que
o melhor para o PSB é apoiar a reeleição de Dilma. Pré-candidato
socialista, o governador não quis polemizar com Ciro ao ser abordado sobre o
assunto por jornalistas nem tampouco ficou surpreso. Já sabe se for mesmo
candidato não contará com o apoio dos Gomes cearenses – o governador Cid Gomes
e o ex-ministro Ciro, irmãos de sangue e discípulos da mesma ladainha: rachar o
PSB e, consequentemente, inviabilizar qualquer tentativa de Eduardo entrar como
personagem principal na sucessão presidencial e não coadjuvante. Com isso, Ciro
contraria um velho e conhecido refrão de uma das músicas mais conhecidas de
Luiz Gonzaga, que prega que no Ceará não tem disso não. Tem sim, senhor! (Da coluna do Magno
Martins)