Bento 16 deixou
o Vaticano nesta quinta-feira pela última vez como papa, voando de helicóptero
para chegar ao retiro de férias do Vaticano horas antes de se tornar o primeiro
pontífice em quase 600 anos a renunciar oficialmente
às 20 horas locais (16 horas de Brasília).
Enquanto seu assessor
mais próximo chorava a seu lado, Bento 16 se despediu de autoridades do
Vaticano reunidas no jardim de San Damaso do Palácio Apostólico, com uma
corporação da Guarda Suíça a postos.
Bento 16 foi de carro para o heliporto no
topo de uma colina nos jardins do Vaticano e embarcou em um helicóptero
juntamente com seu secretário, o monsenhor Georg Gaenswein, para uma jornada de
15 minutos até o Castel Gandolfo .
Sinos soaram enquanto o helicóptero decolava. Após
chegar, Bento 16 fez sua última aparição pública ao cumprimentar os fiéis a
partir de um balcão no local. "Esse é um dia diferente. Ainda sou
pontífice. Depois das 20 horas não serei mais", disse à
multidão. "Depois disso, serei apenas um peregrino que está começando
a última fase de sua peregrinação nesta Terra." Antes de partir, Bento 16 prometeu sua " reverência e obediência incondicionais " a seu sucessor em palavras
proferidas em seu último encontro com os cardeais. Com a afirmação, o pontífice
tentou neutralizar preocupações sobre possíveis conflitos que possam surgir por
causa da situação tão particular - a existência de um " papa emérito "
durante a governança de um papa. Em
um discurso inesperado, Bento 16 também deu instruções finais aos
"príncipes" da Igreja, responsáveis por eleger seu sucessor no conclave ,
pedindo-lhes união durante a difícil tarefa de escolher o 266º líder de 1,2
bilhão de católicos no mundo. "Que o Colégio de Cardeais funcione como uma
orquestra, na qual a diversidade - expressão da Igreja universal - sempre
trabalhe em direção a um acordo mais harmonioso", disse.