QUEM
DERA A GENTE NÃO TIVESSE AS MURIÇOCAS E OS BANDIDOS DESEJANDO O NOSSO SANGUE;
QUEM DERA NOSSA CLASSE DE POLÍTICOS TIVESSE O MÍNIMO DE HONESTIDADE E O
CONGRESSO E AS CÂMARAS NÃO SE PARECESSEM COM OS CIRCOS;
QUEM DERA OS GESTORES FOSSEM HUMILDES AO PONTO DE NÃO ACHAREM QUE SAEM TUDO,
QUE PODEM TUDO, E QUE O PODER É UM ESTADO DE ETERNIDADE;
QUEM DERA VÍSSEMOS, DE NOVO, OS CAMPOS DE FUTEBOL DOS SUBÚRBIOS LOTADOS DE
JOVENS CORRENDO ATRÁS DE BOLA, E NÃO UMA LEGIÃO DE ALIENADOS CORRENDO ATRÁS DA
MORTE COM O CRACK;
QUEM DERA A GENTE TIVESSE SENTIMENTO, TIVESSE VERGONHA, OPINIÃO E PODER DE
DISCERNIMENTO, PARA DIZER NÃO, PARA EXIGIR RESGUARDO DO DIREITO E EXECUÇÃO DOS
DEVERES;
QUEM DERA A GENTE ASPIRASSE OS DESEJOS DE LIBERDADE E IGUALDADE, E EXPRIMISSE
FIRMEZA, CORAGEM DE LUTA, MODELO DE HONESTIDADE, ÉTICA E COMPROMISSO;
POR FIM, QUEM DERA A NOSSA CABEÇA FOSSE MAIS DO QUE UMA CAIXA DE MIOLOS; NOSSOS
BRAÇOS FOSSEM MAIS QUE MEMBROS; NOSSAS MÃOS MAIS QUE FERRAMENTAS DE CONSTRUÇÃO;
E QUE O NOSSO CORAÇÃO FOSSE NÃO SOMENTE UMA BOMBA DE SANGUE, MAS UMA BOMBA QUE
EXPLODISSE AMOR.
(Por Silveira Rocha)
