quinta-feira, 26 de setembro de 2013

ATITUDE DE EDUARDO "FOI CANALHICE", DIZ CIRO

O 'fogo' acima dá ideia do verdadeiro teor  das articulações dentro do PSB envolvendo seu presidente nacional e o governador cearense.
Até agora a versão que se vinha tentando passar era de ‘bandeira branca’, com gestos supostamente elegantes, pacíficos, de parte a parte. O ‘estouro’ de Ciro, às vésperas do desmame do partido de Eduardo, foi ontem ao jornalista Gerson Camarotti, no portal G1, do Globo. Ciro até agora até que vinha calado vendo seu irmão dentro da ciranda para deixar o PSB sem maiores sequelas políticas para ele e seu grupo.
COISA DE CANALHA
''Por essa eu não esperava. Isso para mim é coisa de canalha. Essa forma de fazer, eu nunca esperei. Fiquei chocado. Se não queria que a gente ficasse no partido, por que não disse? Isso foi uma canalhice'', desabafou Ciro, que ressaltou ser esta uma posição pessoal e que não falava em nome de Cid, revelou Camarotti.
Ciro externou surpresa e decepção com o fato de o PSB ter convidado para se filiar ao partido a ex-prefeita Luizianne Lins (PT), desafeta do grupo político do governador Cid Gomes. “Eles convidaram a nossa adversária para entrar no partido. Convidou a Luizianne. Isso é provocação”, enfatizou.
CONCILIADOR
Segundo ainda o jornalista de O Globo, Ciro revelou que nos últimos meses tentou conciliar a relação de Eduardo Campos com a presidente Dilma Rousseff. E que chegou a conversar pessoalmente com o presidente do PSB nessa tentativa de reaproximação. Lembrou ainda que fez críticas públicas à articulação política do governo Dilma.“Me decepcionei muito. Vou seguir o Cid. O ambiente ficou deteriorado”,  avisou o ex-ministro, que atualmente é secretário de Saúde do Ceará.
Ainda no início da tarde ontem, na sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília, onde participou de um seminário sobre infraestrutura, Ciro Gomes repetiu o ataque: “Não precisava descambar para o acanalhamento definitivo. Deveria ter um mínimo de compostura”.
QUE PALANQUE? 
Ao definir que o PSB entregaria os cargos federais, Eduardo Campos, segundo Ciro, agiu “de forma truculenta” e com “falta de respeito”. “É preciso ter um mínimo de dignidade. Eduardo sabe que me deve em termos de correção moral, de caráter, de decência”, disparou. Ciro afirmou ainda que seu irmão foi franco ao dizer ao colega pernambucano que a provável candidatura dele ao Palácio do Planalto não seria oportuna.
“Agora que o partido participa com dois ministérios e as vantagens inerentes de estar no governo, apresenta candidatura para quê?”, criticou o ex-ministro, que completou: “O PSB tem seis governadores. Qual vai dar palanque exclusivo para Eduardo? Olha que pergunta constrangedora”, disse, referindo-se aos acordos regionais com outros partidos.