segunda-feira, 10 de março de 2014

COMBATE À VIOLÊNCIA MARCA DEBATE QUE CELEBRA DIA INTERNACIONAL DA MULHER

O combate à violência contra a mulher foi o foco principal dos debates da audiência pública em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O evento ocorreu na manhã desta segunda-feira (10/03), no Plenário 13 de Maio, por iniciativa da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Ceará.
“Nós, deputadas estaduais, ocupamos cargos políticos, somos representantes da classe feminina no Legislativo cearense e sabemos a importância e a necessidade de ouvir os anseios das mulheres cearenses, pois, acima de tudo, somos mulheres, mães e trabalhadoras. Somos cearenses e conhecemos as dificuldades, descriminação, injustiça, desigualdade, preconceitos e violência sofridos por milhares de mulheres no nosso Estado”, disse a presidente da Frente, deputada Fernanda Pessoa (PR).
A parlamentar pontuou ainda as ações da Frente, como as visitas a instituições de saúde voltadas à mulher e ao tratamento do câncer. “Verificamos as dificuldades enfrentadas por estas instituições para o atendimento adequando à saúde feminina. Após as visitas, realizaremos também um relatório que será enviado ao governador Cid Gomes requerendo soluções e sugerindo novas ações”, informou.
A violência também foi abordada pela deputada Eliane Novais (PSB), vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Mulher. “A cada hora e meia, uma mulher morre no Brasil. O femicídio é uma das expressões mais drásticas do machismo, que mata 15 mulheres a cada 24 horas”, acrescentou. De acordo com a parlamentar, o Brasil ocupa o 7º lugar no ranking de assassinato a mulheres, em uma lista de 80 países.
Eliane Novais destacou o trabalho do Observatório da Violência contra a Mulher (Observem), da Universidade Estadual do Ceará (Uece), para o diagnóstico da violência. De acordo com a coordenadora do Observem, Helena Frota, quase 10 mil mulheres foram violentadas em 2013. Os meses mais críticos, segundo ela, foram janeiro, março, abril e maio. “O homem acha que a mulher é propriedade dele e se acha no direito de fazer o que quer”, avaliou a coordenadora.
Por sua vez, a titular da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres, Mônica Barroso, observou que a violência continua sendo o principal problema enfrentado pelas mulheres. Ela destacou as ações desenvolvidas no Ceará, como o funcionamento de uma coordenadoria e duas secretarias municipais; nove delegacias da mulher; 80 conselhos e 16 centros de referência. De acordo com Mônica, a coordenadoria promove palestras, seminários e debates de sensibilização aos gestores municipais. “Não se pode levar os serviços públicos monoliticamente, as políticas devem ser transversais”, opinou.
Também estiveram presentes na solenidade a delegada Ivana Figueiredo; a diretora do Sindicato dos Fazendários do Ceará (Sintaf), Ana Maria Cunha; e Paula Virgínia, representante do Movimento Olga Benário, entre outros. (AL-CE)