Carlos Brickmann
O professor de Química José Luís de Sá da Silva, de 21 anos, passou em quinto lugar no concurso público da Diretoria de Ensino de São João da Boa Vista, SP. Mas o Governo paulista o impediu de assumir cargo público, por ser gordo. Segundo o Departamento de Perícias Médicas do Estado, Sá da Silva não pode ser nomeado por 'apresentar doença grave' - obesidade mórbida, com índice de massa corporal de 43,5. O professor gordo dá aulas há dois anos na rede estadual como temporário e nunca faltou ao serviço. Mas ser nomeado não pode - só serve para trabalho precário, sem garantias. 'É discriminação', sustenta. E é.
Os parâmetros usados para discriminar Silva teriam impedido Adhemar de Barros de exercer o Governo paulista. O mineiro Newton Cardoso não poderia ter sido governador. Só serviria para o serviço público gente magrinha - como o presidente sírio Hafez Assad, ou o dirigente nazista Adolf Hitler. Gordos como Churchill, ou como o papa João 23, seriam vetados por incapacidade física. O curioso é que o PSDB, que domina o Governo paulista e discrimina gordos, tem Sérgio Motta como fundador e benfeitor. Ninguém poderia chamá-lo de magro.