Há coisas que o político não pode dizer, embora o eleitor possa pensar e
falar nelas sem qualquer problema. São as famosas frases e declarações
infelizes.
Paulo Maluf é o exemplo antológico na política
brasileira neste aspecto. Ele vem sendo perseguido a várias eleições
pela declaração “estupra mas não mata” que, como ele mesmo já
explicou, foi feita num momento em que se encontrava extremamente
cansado e sem a intenção que seus adversários lhe imputam, quando usam a
frase contra ele.
Maluf já foi levado mesmo a gastar programas
para se explicar e tentar espantar esta frase da sua carreira
infrutiferamente. Tem mesmo aparecido na TV, ao lado de sua família,
para explicar o que quis dizer quando usou aquela expressão. Nada
funcionou. O problema está no fato de que as explicações produzem menos
impacto no eleitor do que a frase pronunciada.
Só o fato de ter
que se explicar já é ruim, ter que se explicar em matérias desta
natureza é muito pior, ainda mais quando a explicação é feita num
período eleitoral, em que o eleitor sempre fica desconfiado se a
explicação é autêntica ou apenas motivada pelo interesse eleitoral. (Política para políticos)